Com risco de déficit de energia no fim do ano, ONS recomenda retorno do horário de verão
- José Augusto

- 10 de jul.
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O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) propôs o retorno do horário de verão como uma medida preventiva para reduzir o risco de déficit de potência no país ainda em 2025. A recomendação faz parte do Plano da Operação Energética 2025–2029 e está entre as ações consideradas mais viáveis técnica e economicamente para lidar com os desafios do setor nos próximos meses.
De acordo com o ONS, a volta do horário de verão pode aliviar a demanda no horário de pico, entre 18h e 21h, aproveitando melhor a luz natural e reduzindo a necessidade de acionamento de usinas térmicas — fontes mais caras e poluentes. A medida também contribuiria para preservar o volume de água em reservatórios estratégicos, como os do rio São Francisco e de Itaipu.
“Apresentamos no Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) um conjunto de medidas preventivas que ajudarão a mitigar possíveis déficits de potência no período seco. Uma dessas recomendações é a adoção do horário de verão, cuja definição é uma decisão política do governo”, informou o ONS.
Justificativa técnica
Estudos do ONS e do Ministério de Minas e Energia apontam que o horário de verão pode reduzir em até 2,5 gigawatts (GW) a demanda nos momentos de maior consumo, com destaque para os subsistemas Sudeste e Centro-Oeste. Essa economia pode ser crucial nos meses mais críticos, como outubro a dezembro, quando a geração solar perde força no final do dia e há maior pressão sobre o sistema.
Mesmo com os reservatórios em níveis considerados adequados, o ONS prevê um déficit de cerca de 2 GW no fim da tarde e início da noite, o que obrigaria o uso intenso de termelétricas para garantir o fornecimento de energia.
Além da sugestão do horário de verão, o ONS recomendou outras ações emergenciais, como:
Antecipação da entrada em operação de usinas térmicas contratadas no leilão de reserva de capacidade de 2021, previstas inicialmente para 2026, mas que podem começar a operar já em agosto;
Programas de Resposta da Demanda, que incentivam grandes consumidores a reduzirem o consumo em horários de pico;
Reforços na infraestrutura de transmissão de energia.
Embora o retorno do horário de verão ainda dependa de decisão governamental, o ONS destacou que, caso as projeções se agravem, a medida poderá ser tratada como essencial, e não apenas uma recomendação.



