Apenas 10% dos municípios pernambucanos contam com profissionais capacitados para atender autistas
- José Augusto
- 4 de dez. de 2023
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Um levantamento recente realizado pelo Tribunal de Contas de Pernambuco revelou que apenas 10% dos municípios do estado possuem profissionais devidamente capacitados para atender pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pesquisa destaca a precariedade na implementação de políticas públicas voltadas a essa parcela da população, indicando que muitas localidades ainda estão nas fases iniciais desse processo.
Entre os desafios identificados, a falta de dados sobre a quantidade de pacientes com TEA em cada município e a carência de ações eficazes para diagnóstico e tratamento se destacam. A ausência ou insuficiência de médicos especialistas e de equipes multidisciplinares para realizar as terapias necessárias também é um problema evidente.
Dos 184 municípios pernambucanos, 37% (68 municípios) não possuem um profissional de saúde apto ao diagnóstico do transtorno em sua rede pública. O mesmo cenário se aplica a terapeutas ocupacionais, com apenas 39 municípios contando com ao menos um profissional dessa área.
Em relação à capacitação, dos 846 profissionais que atendem usuários com TEA em Pernambuco, apenas 10% (82) possuem formação específica para essa finalidade. Surpreendentemente, 159 municípios (86%) admitiram não ter promovido qualquer capacitação relacionada ao TEA nos últimos três anos.
A espera para consulta com especialistas atualmente atinge cerca de 10 mil pessoas com indícios do transtorno em 102 municípios do estado. Além disso, apenas 36,8% das localidades avaliadas oferecem atendimento em unidades de saúde especializadas, enquanto 30% (55) utilizam unidades básicas de saúde (UBS), sendo apenas seis municípios dotados de unidades exclusivas para pessoas autistas.
Os dados revelam uma situação preocupante, classificando as cidades em seis níveis de infraestrutura, onde nenhuma delas alcançou os patamares "Alto" ou "Muito Alto". A maioria se enquadra nos níveis "Baixo", "Muito Baixo" e "Crítico", evidenciando a necessidade urgente de melhorias na abordagem e suporte a indivíduos com TEA em Pernambuco.