Lula viaja aos EUA para abrir Assembleia da ONU em meio a atritos com Trump
- José Augusto

- 22 de set.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou na manhã deste domingo (21) para Nova York, onde fará, na próxima terça-feira (23), o tradicional discurso de abertura do debate de líderes da 80ª Assembleia Geral da ONU.
Em publicação nas redes sociais, Lula afirmou que representará o Brasil em encontros sobre democracia, mudanças climáticas e multilateralismo.
Esta é a primeira viagem do presidente aos Estados Unidos após a imposição de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros pelo governo de Donald Trump. O tarifaço foi anunciado pouco antes do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a mais de 27 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe.
A relação entre os dois países está marcada por trocas de críticas. De um lado, o governo brasileiro acusa Trump de tentar interferir na soberania nacional; de outro, o republicano alega que o Brasil persegue Bolsonaro. Há expectativa de que Lula e Trump se encontrem nos corredores da ONU.
O que Lula deve dizer
O discurso do presidente, ainda em finalização, deve abordar:
Defesa da soberania nacional e críticas às tarifas impostas pelos EUA;
Democracia, multilateralismo e reforma da ONU;
Crises globais, como as guerras na Ucrânia e em Gaza;
Mudanças climáticas, com destaque para a COP30, que será realizada no Brasil em 2025.
Além da Assembleia, Lula terá encontros com outros líderes e participará, ao lado do secretário-geral da ONU, António Guterres, de um evento sobre clima.
Na quarta (24), o presidente comandará, com Gabriel Boric (Chile) e Pedro Sánchez (Espanha), a segunda edição do evento “Em Defesa da Democracia”, voltado ao combate ao extremismo, desinformação e discurso de ódio.
Comitiva e tensões diplomáticas
Devem acompanhar Lula ministros como Mauro Vieira (Relações Exteriores), Ricardo Lewandowski (Justiça), Marina Silva (Meio Ambiente) e o assessor especial Celso Amorim, além da primeira-dama Janja da Silva.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi convidado, mas cancelou a viagem após o governo americano restringir sua circulação no país. Segundo ele, a decisão dos EUA é “inaceitável” e uma “afronta”.
Enquanto Lula cumpre agenda no exterior, o vice-presidente Geraldo Alckmin assume como presidente em exercício.



