Morre Quinho do Salgueiro, uma das maiores vozes do carnaval carioca
- José Augusto
- 4 de jan. de 2024
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Morreu, aos 66 anos, nesta quarta-feira (3), o renomado intérprete Melquisedeque Marins Marques, mais conhecido como "Quinho do Salgueiro". Ele foi uma das maiores vozes do carnaval carioca, dando vida a inesquecíveis sambas-enredo da escola de samba Salgueiro.
Quinho estava internado no Hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador, e faleceu devido a insuficiência respiratória.
Afastado do carnaval desde 2022, Quinho travava uma batalha contra o câncer de próstata. No último desfile, sua contribuição foi lembrada pelo carro de som, batizado em sua homenagem como "Quinho do Salgueiro".
O cantor foi mais do que um intérprete; era considerado um poeta que traduzia a essência da escola de samba em suas notas musicais. O Salgueiro, em uma rede social, destacou que "Quinho não apenas cantou para o Salgueiro; ele viveu e respirou cada nota, cada batida do coração acelerado da bateria. Ele personificou o espírito salgueirense, e sua ausência deixa um vazio indescritível."
Nos carnavais cariocas, Quinho imortalizou expressões como "arrepia, Salgueiro, pimba, pimba", "ai, que lindo, que lindo" e "que bonitinho". Em 1993, liderou o coro de 60 mil vozes da plateia da Sapucaí com o samba-enredo “Peguei um ita no Norte”, do Salgueiro, que ficou marcado pelo verso "Explode coração, na maior felicidade".
Iniciando sua trajetória no bloco Boi da Freguesia, Quinho passou por diversas escolas de samba no Rio de Janeiro e São Paulo, mas foi com o Salgueiro que teve uma conexão mais profunda. Em 2009, interpretou "Tambor", contribuindo para o nono e último título da escola.
Após divergências com a diretoria, Quinho retornou ao Salgueiro em 2019, compartilhando o carro de som com Emerson Dias. Seu legado como uma das maiores vozes do carnaval carioca e sua paixão pela arte serão lembrados e reverenciados pelos amantes do samba e da folia.