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Produtores pernambucanos enfrentam prejuízos com tarifa de 50% dos EUA sobre exportações brasileiras

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O anúncio da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que entra em vigor no dia 1º de agosto, já preocupa os setores produtivos de Pernambuco que exportam para o mercado norte-americano. Segundo Edilázio Wanderley, superintendente da 3ª Superintendência Regional da Codevasf, a produção de manga é a mais afetada pela medida.


“Nós somos referência nacional na produção. Para se ter ideia, mais de 90% da manga e 92% da uva de mesa exportadas pelo Brasil vêm do Vale do São Francisco, com produtores de Pernambuco e Bahia. Essa cadeia gera mais de 120 mil empregos diretos na região, portanto, esse aumento tarifário impacta diretamente um mercado em expansão”, afirmou Wanderley.


De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), cerca de 2,5 mil contêineres de manga, totalizando 36,8 mil toneladas, estão parados, sinalizando uma crise que pode comprometer as safras atuais e futuras.


O presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho, detalhou que essa quantidade represada representa 13% da produção total do setor, com um valor aproximado de US$ 48 milhões. Em 2024, Pernambuco exportou cerca de 4.553 toneladas de manga para os EUA, o que corresponde a US$ 5,5 milhões.


Impacto na cana-de-açúcar


Outro setor que pode ser duramente atingido é o da cana-de-açúcar. Renato Cunha, presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), estimou que as perdas no Nordeste podem alcançar US$ 220 milhões (quase R$ 1 bilhão), referentes à exportação de aproximadamente 220 mil toneladas. Pernambuco responde por cerca de 30% dessa participação regional.


Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Pernambuco exportou US$ 63,9 milhões para os EUA.


Governo e setor produtivo buscam soluções


Diante do cenário, representantes dos principais setores produtivos se reuniram nesta quarta-feira (23) com a governadora Raquel Lyra, no Palácio do Campo das Princesas. Segundo Renato Cunha, a expectativa é que as demandas do estado sejam encaminhadas aos Ministérios do Desenvolvimento e da Agricultura.


Além disso, senadores que integram a Comissão de Relações Exteriores do Senado planejam uma missão a Washington na última semana de julho para buscar acordos comerciais com o Congresso dos EUA. A ideia é ampliar a participação dos setores produtivos pernambucanos nessa missão.


“Como presidente do Sindaçúcar, estarei presente para discutir com senadores, importadores americanos e outros envolvidos no comércio exterior, que também estão enfrentando dificuldades com essas interrupções”, explicou Cunha.


A governadora Raquel Lyra ressaltou que a prioridade do estado é preservar os empregos e a economia ligada às exportações. “Estamos dialogando constantemente com os setores afetados e com o governo federal para garantir as exportações por meio de políticas de negociação internacional. O fortalecimento do emprego e da renda permanece como foco central do nosso trabalho”, afirmou.

 
 
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