Solo continua afundando em área de mina da Braskem em Maceió
- José Augusto
- 2 de dez. de 2023
- 2 min de leitura

Nas últimas 24 horas, o solo na região afetada pela atividade mineradora da Braskem, localizada no bairro Mutange em Maceió (AL), apresentou um afundamento de 13 centímetros, segundo informações da Defesa Civil divulgadas neste sábado (02). A mina número 18 tem se deslocado a uma velocidade de 0,7 centímetros por hora, representando uma desaceleração de 0,3 centímetros/hora em relação ao boletim anterior.
Apesar dessa redução na taxa de erosão, a situação permanece crítica, com um novo sismo de magnitude 0,89 registrado a aproximadamente 300 metros de profundidade durante a madrugada. A Defesa Civil continua em alerta máximo devido ao risco iminente de colapso da mina, localizada na área do antigo campo do CSA.
Como medida preventiva, a população é orientada a evitar transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são implementadas para reduzir os perigos. A equipe de análise da Defesa Civil ressalta que as informações são baseadas em dados contínuos, incluindo análises sísmicas.
A prefeitura de Maceió também emitiu um comunicado nas redes sociais, destacando que a série de fenômenos que ameaça o colapso da mina de sal-gema é um "evento inédito no mundo", tornando difícil mensurar todas as consequências até o momento.
Os alertas sobre o colapso do solo na região remontam aos anos 1980, com pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) já apontando os impactos da mineração de sal-gema realizada pela Braskem desde a década de 1970. As primeiras confirmações da catástrofe foram publicadas em 2010, e desde 2018, o desnivelamento se acentuou, resultando em rachaduras de até 280 metros de extensão em casas e ruas.
Em 2019, mais de 14 mil imóveis foram desocupados, afetando cerca de 60 mil pessoas. Em 2020, a Justiça de Alagoas determinou que a Braskem indenizasse as famílias afetadas e reparasse os danos ambientais causados.
A Braskem informou em nota que continua monitorando a situação da mina 18, tomando todas as medidas necessárias para minimizar o impacto de possíveis ocorrências e colaborando com as autoridades competentes. O prefeito de Maceió, Jão Henrique Caldas (PL), destaca que o gabinete de crise, com a participação de 350 servidores da Prefeitura, está atuando desde a iminência do colapso na mina, contando com o suporte de dois mil servidores municipais de 18 pastas.