Barragem de Jucazinho chega a nível crítico e opera com apenas 2,5% da capacidade
- José Augusto

- 21 de ago.
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A barragem de Jucazinho, em Surubim, no Agreste pernambucano, enfrenta uma das piores crises de sua história. De acordo com dados divulgados pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), o reservatório opera com apenas 2,5% de sua capacidade total, estimada em quase 205 milhões de metros cúbicos.
O fim do período chuvoso de 2025 sem aumento significativo do volume agrava a situação, já que, segundo especialistas, a recuperação só será possível no próximo inverno. Para a doutora em Recursos Hídricos e Tecnologia Ambiental Niadja Menezes, a dimensão da barragem mostra a gravidade do cenário. “Em Jucazinho cabem cinco vezes o volume da barragem do Prata, que comporta 42 milhões de metros cúbicos. Hoje, esse potencial está praticamente esgotado”, explicou em entrevista à TV Asa Branca.
As mudanças climáticas e a diminuição das chuvas na bacia hidrográfica da região estão entre os principais fatores para a queda acentuada do nível do reservatório. O colapso compromete diretamente o abastecimento de 13 municípios, incluindo Surubim, Toritama, Bezerros, Gravatá e Riacho das Almas.
Segundo a Compesa, a retirada de água foi reduzida para 400 litros por segundo, menos da metade da capacidade de fornecimento em condições normais, que ultrapassa mil litros por segundo. O último transbordamento de Jucazinho ocorreu há mais de dez anos, e desde então a barragem não atinge 20% de sua capacidade — nível considerado confortável pelos técnicos.
Para amenizar os impactos, o governo estadual tem apostado em alternativas como o Sistema Adutor do Agreste, que já atende cidades como Caruaru e reduz a dependência de Jucazinho. Ainda assim, comunidades do Agreste seguem em alerta, à espera de um novo ciclo de chuvas que devolva ao maior reservatório da região a capacidade de atender plenamente à população.
Imagem: TV Asa Branca



