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Brics condena ataques ao Irã, evita confronto com EUA e preserva à Rússia na guerra contra a Ucrânia

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O grupo Brics, formado por países como Brasil, China, Rússia e Índia, decidiu condenar os ataques militares realizados contra o Irã desde junho deste ano, classificando-os como violações do direito internacional e da Carta das Nações Unidas. No entanto, a declaração final do bloco, evitou citar diretamente os Estados Unidos ou responsabilizar Israel, apesar das pressões exercidas por Teerã.


Mesmo com sete menções a Israel ao longo da declaração, os membros do Brics optaram por não identificar os Estados Unidos como coautores dos bombardeios, mantendo a linha adotada em comunicados anteriores. Essa escolha teve como objetivo evitar que o grupo fosse rotulado como abertamente anti-Ocidente ou hostil à gestão do presidente Donald Trump.


Em relação ao conflito no Leste Europeu, a Rússia — também integrante do grupo — foi poupada de críticas, enquanto a declaração condena com veemência ataques ucranianos a infraestruturas civis em regiões russas, citando episódios com vítimas, inclusive crianças, nos últimos meses. Por outro lado, as ações militares da Rússia em território ucraniano não são mencionadas.


A elaboração do documento expôs as dificuldades internas do bloco, que aumentou significativamente sua composição em 2023 com a entrada de novos membros, especialmente do Oriente Médio. As divergências entre Irã, Egito, Etiópia e outros membros sobre temas sensíveis, como a reforma do Conselho de Segurança da ONU e a solução para o conflito israelo-palestino, tornaram as negociações particularmente complexas.


O Irã, por exemplo, resistiu à inclusão de uma cláusula que defende a criação de dois Estados como saída diplomática para o conflito no Oriente Médio — o que, para Teerã, representaria um reconhecimento indireto do Estado de Israel. A posição iraniana, no entanto, não encontrou apoio entre os demais membros do bloco, incluindo os países árabes recém-integrados, que respaldaram a proposta de adesão plena da Palestina à ONU dentro da solução de dois Estados.



 
 
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